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Resgate da história e cultura paulista começa no interior
27/11/2008
O I Fórum do Circuito Turístico integra aspecto cultural e divulga riquezas do Centro Oeste; tribo indígena participa do projeto e planeja abrir loja de produtos artesanais
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Nesta quarta-feira (26), aconteceu o I Fórum do Circuito Turístico Caminhos do Centro Oeste Paulista, em Agudos, com a integração, troca de experiências e conhecimento de mais de 360 pessoas entre artesãos, empresários, gestores em turismo, empreendedores da iniciativa pública e privada, lideranças políticas. |
São parceiros no projeto o Sebrae-SP, o Conselho de Desenvolvimento Econômico Regional (Coder), CIESP e Instituto Soma.
Segundo a analista do Sebrae-SP em Bauru, Isa Francischini, o objetivo do projeto é inserir a região no mercado de turismo, aumentar o fluxo de turistas em 20% até 2010 e consolidar roteiros turísticos locais e regionais. “Os focos estratégicos incluem o desenvolvimento de produtos turísticos, montagem de uma estrutura de recepção a turistas, estrutura de promoção e comercialização e capacitação dos empresários”.
Atualmente, há 222 empreendimentos participantes das cidades de Agudos, Arealva, Avaí, Iacanga, Bauru, Duartina, Lençóis Paulista, Macatuba, Pederneiras, Piratininga. Até dezembro de 2010, após a conclusão das etapas estabelecidas no Projeto, a infra-estrutura dos 10 municípios integrados deve se fortalecer e apresentar os roteiros turísticos formatados.
Um dos integrantes do circuito é o grupo de 550 índios terenas, da aldeia ekeruá, em Avaí. Segundo o vice- cacique da aldeia e agente indígena de saneamento ambiental da Funasa, Júlio Terena, a participação no Circuito Turístico é uma forma de manter a herança e a identidade da etnia deixadas por seus avós. “Estamos montando uma loja de artesanato para que permaneça aberta aos finais de semana e feriados, pensando em vender mais os produtos, o que só acontece uma vez por ano, na semana do índio, no dia 19 de abril. Além disso, vamos oferecer a culinária indígena e propor passeios de trilha ecológica para conhecer as espécies nativas”.
Durante a programação, os índios terenas apresentaram um de seus atrativos turísticos, o Kipaé ou Dança da Ema, animal considerado sagrado, que é uma das estratégias de guerra para afugentar possíveis invasores. Antigamente, as penas da ema serviram para aquecer os índios nos períodos frios e simbolizava a proteção da Mãe Natureza.
A artesã Iraci Pinheiro Trabuco, de Arealva, também integra o Circuito Turístico. Há cinco anos, ela investiu na beleza das sementes de tamarindo, girassol, soja e nas folhas de milho, jequitibá mimoso, cedro e muita criatividade, para confeccionar quadros decorativos, bandejas, porta-retratos e caixas de presente para vender em sua propriedade, onde também são realizados cursos de artesanato. Com cinco funcionários, ela consegue atender encomendas de clientes, vindas de todo o estado. “Pretendo no próximo ano, intensificar o ponto de venda dos meus produtos, participar de mais feiras agropecuárias, já que a Agrofan teve resultado positivo. Não tenho custo algum com a matéria-prima, está disponível na fazenda”.
Em Lençóis Paulista, o artesão Alceu Serrano Azevedo produz peças artesanais ecologicamente corretas feitas a partir de uma mistura de bagaço de cana, formol e cola. Dessa mistura, ele confecciona artigos de decoração como caixas, presépios de Natal, caricaturas de pessoas e protótipos de animais.
De acordo com o gerente regional do Sebrae-SP em Bauru, “a consolidação do projeto depende do envolvimento dos municípios e da atuação efetiva dos prefeitos, mas depende também do empenho de cada integrante envolvido no Circuito. O Sebrae-SP disponibiliza ferramentas, metodologia, consultorias, porque acreditamos na nova proposta de promoção turística”.
O prefeito em exercício de Lençóis Paulista, José Antônio Marise, também aposta no envolvimento global dos municípios. “É uma forma de a sociedade organizada assumir responsabilidade em fortalecer o projeto e acreditar que o turismo deve ser exercido regionalmente, acima do interesse próprio”.
Exemplos
Antonio Roberto Losqui, empresário e proprietário de uma fazenda especializada em fruticultura, em Jundiaí, relatou um caso de experiência e exemplo de sucesso do Circuito das Frutas, na região de abrangência do Escritório Regional Sudeste Paulista do Sebrae-SP. Apesar da grande demanda do Ceagesp, na capital paulista, Antonio não hesitou e procurou alternativas na área de comercialização de pêssego, melancia, maçã, uva, caqui, ponkã, goiaba, siriguela e amora.
Com a parceria do Instituto Agronômico, IAC, órgão de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, ele abriu a propriedade para visitas técnicas a engenheiros agrônomos, o que possibilitou a montagem de um sítio com tecnologia de ponta. “Nas plantações, mecanizamos os pés das frutas e trabalhamos com o manejo diferenciado durante a colheita. Ao invés de troncos, os pés de pêssego, por exemplo, são rasteiros como os da melancia. Isso favorece a circulação de máquinas agrícolas”.
Outro exemplo de sucesso foi apresentado por Danilo Rosas, representante do Circuito do Vale Histórico, na região do Escritório Regional Guaratinguetá do Sebrae-SP, onde houve a preocupação em investir no projeto de implantação de sinalização turística padronizada nas cidades integradas pelo Circuito. “Ao olhar para as placas de sinalização, o visitante precisa perceber a estrutura turística e outras de apoio de identificação, com o objetivo de sensibilizar os turistas e mostrar as características culturais da cidade”.
Projeto Circuito Caminhos do Centro Oeste Paulista
Por iniciativa do CODER – Conselho de Desenvolvimento Econômico Regional, entidade criada dentro do CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Regional Bauru, o turismo começou a ser pensado em 2006, como alternativa para o desenvolvimento regional, conforme política e visão estratégica daquela entidade. Quando o CODER buscou a parceria com o SEBRAE-SP em função do conhecimento técnico e da metodologia para construção, estruturação e implementação de projetos, surgiu a proposta da construção de um projeto para o desenvolvimento do turismo, através de um Circuito Turístico, tendo início os trabalhos para estruturação do Circuito Turístico Caminhos do Centro Oeste Paulista.
Em consideração com as potencialidades dos recursos para aproveitamento turístico e o comprometimento com as ações do Conselho, destacaram-se dez municípios entre os 22 que integram o CODER. Foram realizadas visitas aos Prefeitos Municipais para apresentar a proposta e colher adesão ao projeto.
A partir disso, estruturou-se uma governança, envolvendo o poder público, entidades de classe, iniciativa privada e organizações não governamentais, para estruturar o projeto de acordo com a metodologia do SEBRAE-SP para construção, estruturação e implementação de projetos para desenvolvimento do turismo, cultura e artesanato.
O lançamento do projeto ocorreu em agosto de 2007 e hoje possui 222 participantes, entre eles oito grupos de artesãos.
Foram realizados: 58 diagnósticos em locais de hospedagem e alimentação, 139 diagnósticos em potenciais recursos atrativos em áreas rurais e urbanas e 104 diagnósticos em produção artesanal, além de orientações técnicas para estruturação dos produtos atrativos, elaboração e implantação do plano de atendimento.
O resultado pretendido pelo Projeto até julho de 2010 é aumentar em 20% o fluxo e a permanência de turistas na região.
Atendimento à imprensa:
Andreoli/Manning, Selvage & Lee a serviço do Sebrae-SP
Mara Ramos - Assessora de Comunicação
Tel: (55 14) 3226-1925
E-mail: mara@letterabauru.com.br
Apoio:Janice Sato
Tel: (14) 9678 9889
janice@letterabauru.com.br
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