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Detentas lançam Daspre para vender acessórios e investem em qualidade

Trinta detentas produzem bolsas, caixas decoradas, móveis e brinquedos.
Produtos estão à venda em loja na região central de São Paulo.

Produtos da Daspre são confeccionados com retalhos doados. A bolsa amarela foi feita com sobras do antigo uniforme das detentas.


(Foto: Claudia Silveira/G1)

Com direito a coquetel de lançamento, a nova grife paulista Daspre foi apresentada ao público oficialmente no fim da tarde desta segunda-feira (8), na sede da Fundação de Amparo ao Preso (Funap), na região central de São Paulo.

Abreviação de “Das presas”, a marca surge com uma identidade forte: todos os produtos são confeccionados por 30 detentas de seis centros de ressocialização, seis unidades prisionais e dois hospitais penitenciários do estado de São Paulo.

O nome da marca é uma clara referência à butique de luxo Daslu, que fica às margens da Marginal Pinheiros, na Zona Sul da cidade. No Rio de Janeiro, há também a Daspu, marca de roupas que surgiu com foco nas garotas de programa, mas acabou ganhando status de descolada.

A idéia da Daspre foi de Lucia Casali, diretora-executiva da Funap. Ela conta que, dois anos e meio atrás, ao olhar uma sacola da Daslu pensou: “Por que não pode existir uma Daspre?”. A idéia foi amadurecendo e, desde junho, as máquinas de costura da instituição não param. “O nosso objetivo é trabalhar a auto-estima e mostrar que elas podem conseguir trabalho e não precisam voltar para a cadeia”.

Com o dinheiro obtido com a venda dos produtos, Lúcia quer ampliar o número de presas produzindo para a Daspre. “Não posso dizer que estamos dispensando o lucro. O sucesso da Daspre é ver todas essas mulheres felizes“. A longo prazo, a diretora planeja montar uma cooperativa e fazer com que as detentas consigam andar com as próprias pernas quando ganharem a liberdade.

Como funciona

As 30 detentas que fazem parte da Daspre cumprem pena pelos mais diversos delitos, desde estelionato a assassinato. Na sede da Funap trabalham apenas dez mulheres, que estão em regime semi-aberto, ou seja, saem de manhã e voltam à noite para dormir na cadeia. O horário de trabalho é das 8h às 17h, com 1h de almoço.


Elizabeth de Oliveira planeja trabalhar com artesanato quando cumprir a pena (Foto: Claudia Silveira/G1)

Sentada na máquina de costura, Elizabeth de Oliveira, de 43 anos, termina uma bolsa listrada. De segunda a sexta-feira, ela acorda às 3h40 e, às 5h15, está no ponto de ônibus rumo ao trabalho. Antes de ir para a oficina da Daspre, ela passa igreja evangélica para ouvir a pregação do pastor. Elisabeth cumpre pena de três anos por furto e estelionato.

“Falta só um ano e quatro meses”, faz as contas. “Com uma máquina de costura, mesmo sendo de segunda mão, eu sei que não preciso voltar para lá [o presídio do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo]. A Daspre mostra para a gente que somos capazes de fazer coisas que a gente nem imaginada”.

Às voltas com um pedaço de cetim de onde faz o fuxico, Dagmar da Silva, de 43 anos, trabalha há pouco mais de um mês na Daspre e diz que está “nascendo de novo”. “Eu quero fazer essa oficina andar, porque eu quero que outras presas sintam essa felicidade que estou sentido em poder trabalhar”, planeja.

Dagmar foi condenada a 24 anos de prisão por latrocínio, cumpriu 12 em regime fechado e está há menos de quatro meses no regime semi-aberto. A oportunidade de ressocialização emociona Dagmar, que também se mostra encantada com o avanço tecnológico.

“Quando entrei no presídio, o [forno] microondas estava começando a ser vendido, tanto que não sei nem mexer nesse troço. Na época, não tinha nem celular. Quando eu saí do presídio pela primeira vez, achei que ia chamar um táxi, ele ia parar, eu ia entrar e ele ia sair voando”, conta, aos risos. “Sou outra pessoa hoje em dia, muito mais feliz”, justifica a brincadeira.

Padrão de qualidade

Não é porque os produtos seriam feitos por detentas que seriam de qualidade inferior, desejava Lúcia Casali. Para estabelecer um “padrão de qualidade” que não deixasse nada a desejar em relação ao artesanato das feirinhas descoladas da cidade, a diretora escalou Isair Canuto da Silva, a artesã que supervisiona o trabalho das presas.

Mestre de oficío, ou “mestrinha” como é chamada pelas alunas, Isair mostra às presas que a pressa é inimiga da perfeição. “Quando estão no regime fechado, elas ficam ansiosas e fazem tudo muito rápido. Quando algo é feito com pressa, a qualidade é inevitavelmente ruim. Aqui, a gente pega bastante no pé. Se tiver de desmanchar, vai ter que fazer quantas vezes forem necessárias”, diz a mestrinha, que integra a equipe da Daspre há quase dois meses. O resultado são peças com acabamento caprichado e de bom gosto.

De acordo com Isair, na oficina da grife, a tensão é menor e não há problemas de indisciplina. “Elas têm muito boa vontade para aprender”, diz a mestrinha.

Bazar

Os produtos da Daspre estarão à venda na sede da Funap. Há caixas decoradas a partir de R$ 15, bolsas de todos os tamanhos a partir de R$ 35. Uma casinha de madeira toda detalhada está à venda por R$ 200. Uma mesa lateral de madeira custa R$ 39. Um revisteiro, também de madeira, sai por R$ 35.

Há ainda vasos e pratos para decoração, travesseiro que vira cachorro, além de uma infinidade de brinquedos. Além de criar renda e elevar a auto-estima das presas de São Paulo, a Daspre também se diferencia pelo capricho dos produtos. Na lojinha não faltam opções de presentes de Natal.

Serviço :
Loja Daspre
Rua Doutor Vila Nova, 268, Vila Buarque, São Paulo.
Até o dia 19 funciona o bazar de Natal, com preços camaradas.
Pagamento apenas com dinheiro ou cheque.

 

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